MATERIAL DO SEMINÁRIO, ONDE A PROFª ADRIANA DA SILVA, DO SAEDE DA EEB PROFª IRENE STONOGA ESTEVE PARTICIPANDO.
SEMINÁRIO
LAVELLE
PROJETO
“ EDUCAÇÃO SEM LIMITES”
A
CRIANÇA COM BAIXA VISÃO, ASSOCIADA OU NÃO A OUTRAS DEFICIÊNCIAS,
EM SALA DE AULA REGULAR
Maio
de 2013/ Florianópolis - SC
Ministrantes:
Ana
Lucia Pascali Rago,
fisioterapeuta, especialista em psicopedagogia e coordenadora do
Setor de Visão Subnormal da Santa Casa de S. Paulo e dos Projetos
Lavelle Fund e Perkins Internacional.
Luciana
P. Cardoso,
fisioterapeuta do Setor de Visão Subnormal da Santa Casa de SP,
especialista em educação de crianças com deficiência múltipla.
Ambas são consultoras em baixa visão e deficiência múltipla pelo
Programa Perkins Internacional e Lavelle Fund for the Blind.
CONTEÚDO
DO SEMINÁRIO – material de apoio elaborado por Ana Lucia Pascali
Rago.
Anatomia
e fisiologia do sistema visual
A
visão é uma função sensorial
que depende da chegada da luz à retina através do bom funcionamento
das diferentes estruturas oculares.
- córnea e cristalino focalizam os raios incidentes sobre a retina
- excitação dos fotorreceptores presentes na retina – cones e bastonetes - fenômenos fotoquímicos
Fig.
1 – corte transversal do olho
O
olho é um dos principais órgãos do aparelho visual altamente
especializado e fotossensível, que associado às vias ópticas e aos
centros visuais compõem as estruturas sensoriais responsáveis pelo
processamento dos estímulos visuais. Fenômenos elétricos percorrem
o trato óptico e chegam ao córtex occipital.
Fig.2
– esquema do sistema visual
O
comportamento visual de uma pessoa expressa habilidade visual global
e resulta da interação de diferentes funções visuais:
ACUIDADE
VISUAL:
é uma medida de resolução visual, isto é, a capacidade de
discriminar detalhes com alto contraste.
SENSIBILIDADE
AO CONTRASTE:
é a capacidade de detectar a diferença de brilho (luminância)
entre duas superfícies adjacentes.
CAMPO
VISUAL:
é o espaço dentro do qual um objeto pode ser visto enquanto o olho
está fixando um determinado ponto.
VISÃO
DE CORES:
refere-se à capacidade de perceber e distinguir diferentes
sombreamentos.
ADAPTAÇÃO
VISUAL:
habilidade do sistema visual em adaptar-se a diferentes condições
de iluminação.
VISÃO
BINOCULAR:
resulta da coordenação de imagens dos dois olhos, percebidas
simultaneamente, resultando em noção de profundidade.
FUNÇÕES
ÓCULO-MOTORAS:
são responsáveis por controlar a posição e os movimentos dos
olhos e do olhar.
Principais
causas de baixa visão na criança
CATARATA
CONGÊNITA:
opacificação do cristalino, que impede a passagem de luz para
dentro do olho.
GLAUCOMA
CONGÊNITO:
aumento da pressão intra-ocular que pode causar lesão em algumas
estruturas dos olhos, como na córnea ou nervo óptico.
RETINOPATIA
DA PREMATURIDADE:
surgimento de massa fibrosa na retina ainda em desenvolvimento do
bebê prematuro. É causada por oxigênio em alta concentração que
esses bebês recebem ao serem intubados nas UTIs neonatais. Pode
variar do grau I ao V e pode levar ao descolamento da retina.
DOENÇAS
INFECCIOSAS:
doenças que podem ser transmitidas da mãe para o feto durante a
gestação, tais como toxoplasmose, rubéola, sífilis,
citomegalovírus, herpes genital. Quanto mais cedo (idade
gestacional) ocorrer a contaminação maiores danos podem acometer o
feto.
-
Toxoplasmose Congênita:
causa cicatriz na retina, especialmente na região da mácula.
-
Rubéola Congênita:
causa alteração na retina e pode causar também catarata congênita.
ALBINISMO:
deficiência de pigmentação na retina que altera o seu
funcionamento.
ATROFIA
DE NERVO ÓPTICO:
desenvolvimento incompleto do nervo óptico que causa alteração na
condução das informações da retina para o córtex cerebral.
COLOBOMAS:
malformações de estruturas oculares. Pode ocorrer, por exemplo, na
retina, íris, nervo óptico.
DEFICIÊNCIA
VISUAL CEREBRAL (DVC):
causada por lesão no trato visual ou no córtex visual que pode
ocorrer, por exemplo, em casos de hidrocefalia, traumas cranianos,
malformações cerebrais.
Baixa
Visão
A
baixa visão corresponde a um comprometimento importante da função
visual, porém não equivale à cegueira, termo que deveria ser
empregado apenas em situação de ausência total de visão.
Na
baixa visão há um resíduo
visual
e o objetivo dos profissionais que trabalham nessa área é
determinar, junto com o paciente e sua família, qual o melhor
procedimento a ser adotado de modo que a visão residual possa ser
utilizada da melhor forma possível.
Definição
de Baixa Visão
“Uma
pessoa com baixa visão é aquela que possui uma deficiência da
função visual, mesmo após tratamento e/ou correção do erro
refrativo e tem uma acuidade visual menor que 6/18 (0,3) ou 20/60, no
melhor olho, até a percepção de luz; ou um campo visual inferior a
10 graus a partir do ponto de fixação, mas usa ou é potencialmente
capaz de usar a visão para planejamento e/ou execução de uma
tarefa” (OMS, Bangkok – 1992).
Impacto
da baixa visão no desenvolvimento global e aprendizagem
A
visão é uma função aprendida,
que se desenvolve rapidamente no primeiro ano de vida. Este
desenvolvimento depende da combinação de dois fatores: maturação
do sistema visual x experiências visuais
A
VISÃO é um sentido TOTALIZADOR - tem superioridade sobre os outros
sentidos porque é uma forma instantânea de ver o mundo, em segundos
podemos absorver e apreender muitas informações.
O
deficiente visual vai utilizar vias alternativas e vai, a partir de
uma VISÃO ANALÍTICA, construir referências e chegar a um padrão
completo para formar uma imagem mental. A exploração é mais lenta,
pouco a pouco, visão parcelada. São necessárias funções
superiores como ATENÇÃO e CONCENTRAÇÃO.
Desde
muito cedo a aprendizagem se dá pela integração de informações
de diferentes canais de percepção: visão, audição, cinestesia,
tato, cheiro, desta forma a criança é capaz de elaborar um padrão
completo.
A
baixa visão pode afetar várias áreas do desenvolvimento da
criança, tais como:
ASPECTO
NEURO-MOTOR
- atraso no DNPM - a visão é a principal fonte de estímulos e informações do ambiente em que vivemos. Ela estimula e governa movimentos e ações, estimulando o desenvolvimento.
- alteração na motricidade fina - a visão rege a preensão e aumenta a atividade da mão
- dificuldade na organização e orientação espacial - a criança explora o espaço visualmente e o experimenta com seu próprio corpo desenvolvendo o conceito de espaço e vivenciando diversas relações com esse espaço (dificuldades na orientação e mobilidade/ dificuldades pedagógicas)
- prejuízo na organização e planejamento do ato motor
COMUNICAÇÃO
- Atraso no desenvolvimento da fala e da comunicação – o desenvolvimento da linguagem depende, entre outras coisas, do desenvolvimento sensório-motor e da observação do modelo.
APRENDIZAGEM
- dificuldade no processo de integração sensorial - o SNC integra todas as informações sensoriais. A alteração em um ou mais dos canais de entrada sensorial pode desorganizar esse processo.
- a construção do conhecimento depende da integração das ações sensório-motoras, que, coordenadas, ativam, organizam e estruturam o sistema nervoso.
ASPECTO
EMOCIONAL
- dificuldade na relação mãe-bebê - a mãe, muitas vezes, não percebe as respostas da criança frente às suas tentativas de comunicação, de brincar, de relacionar-se e torna-se desmotivada. A criança passa a ser menos estimulada e sente-se também desmotivada ao não ter suas tentativas de resposta compreendidas pelo outro.
- insegurança e passividade - a visão permite à criança a antecipação dos acontecimentos.
- desestruturação na dinâmica e relação familiar.
ASPECTO
SOCIAL
- maneirismos - podem aparecer quando a criança não aprendeu outras funções e então, ocupam-se dessa forma. Muitas vezes sinalizam uma necessidade da criança.
- insegurança e passividade
- limitação na percepção das ações e acontecimentos.
Avaliação
Funcional da Visão
A
avaliação
funcional
é de fundamental importância por conter dados de observação do
desempenho
visual
da criança em termos práticos e qualitativos, além disso, informa
o nível de desenvolvimento global e principalmente como a criança
utiliza a visão residual para interação com as pessoas e com o
mundo que a cerca.
No
momento da observação é importante lembrar que existem diversos
fatores que interferem na resposta visual:
- Se o objeto é familiar ou estranho
- Distância entre o observador e o objeto
- Tamanho do objeto
- Detalhes ou simplicidade do objeto
- Cores
- Contraste
- Iluminação
- Se o objeto está parado ou em movimento
- Posição do objeto
- Tempo disponível para olhar o objeto
- Capacidade de comunicação entre o examinador e a criança
- Estado de alerta
- Posicionamento da criança
Em
muitos casos, às vezes, a avaliação funcional é a única
avaliação possível da visão. Em crianças com múltipla
deficiência, muitas vezes é difícil compreender e isolar a
contribuição de cada deficiência no desenvolvimento e
aprendizagem.
Avaliação
dos canais sensoriais
O
papel do cérebro é receber as informações provenientes do meio
ambiente, interpretar essas informações e decidir como responder a
elas. Tais informações chegam ao cérebro através dos canais
sensoriais: audição, olfato, gosto, visão e tato. Sendo assim, é
papel do cérebro integrar e processar os diferentes estímulos
recebidos. Estimulação e conexão entre os sentidos são a chave
para o desenvolvimento cognitivo.
No
bebê os neurônios começam a se conectar entre si através dos
diferentes estímulos sensoriais enviados ao cérebro por meio das
experiências e aprendizagem. Os neurônios devem trabalhar juntos,
em rede, e a maioria das redes neuronais se forma apenas por meio da
estimulação no ambiente. Experiências que se repetem ajudam a
construir fortes rotas por onde a informação caminhará. Para as
crianças com deficiência visual e múltipla, a Intervenção
Precoce tem papel fundamental em prover muitas experiências
multisenssoriais, que propiciam à criança oportunidades de usar a
visão, audição, tato e outros canais sensoriais para obter
informação do ambiente.
Avaliar
como a criança utiliza os diferentes canais sensoriais
(principalmente tato, visão e audição) é a informação mais
fundamental para desenvolver um apropriado plano de educação.
Baseadas nestas informações recomendações podem ser feitas a
respeito do meio, recursos e estratégias para aprendizagem,
podendo-se, assim, assegurar que as atividades sejam oferecidas
através do canal sensorial que foi determinado como o mais eficiente
para a aprendizagem.
A
seguir será apresentada a ficha de avaliação dos canais sensoriais
do Learning
Media Assessment.
Para que possamos colher informações consistentes é sugerido que
os profissionais realizem no mínimo três encontros com a criança,
em diferentes ambientes, que incluam atividades estruturadas e não
estruturadas, ambiente familiar e não familiar e ambiente interno e
externo.
USO
DOS CANAIS SENSORIAIS1
Aluno___________________________________________________
Ambiente/Atividade________________________________________
Data_________________
Avaliador___________________________
Atividade
Observada Canais Sensoriais
___________________________________
V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________
V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________
V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________
V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________
V T A
___________________________________ V T A
Provável
canal primário:_________________________________
Provável
canal secundário:_______________________________
Ao
utilizarmos a ficha deveremos marcar o canal predominante com um
quadrado e o canal secundário com um círculo em cada comportamento
observado dentro de uma atividade. Ao final poderemos determinar o
canal sensorial primário e secundário utilizado pela criança para
a aprendizagem. Com base nesses resultados faremos as recomendações
de qual o meio, recursos e estratégias são mais apropriados para o
processo de ensino-aprendizagem para a criança avaliada.
Através
dessa avaliação poderemos determinar o estilo de aprendizagem de
cada criança:
- Aprendizes cujo estilo predominante é o visual aprendem principalmente através do ver. Precisam ver e observar a linguagem corporal e expressões faciais, gostam de sentar perto, pensam em figuras, aprendem melhor a partir de apresentações visuais, gostam de tomar notas.
- Aprendizes cujo estilo predominante é o auditivo aprendem principalmente através do ouvir, aprendem melhor através de discussões, ouvindo outras pessoas, ouvindo palestras, interpretam o significado através da linguagem (tom de voz, velocidade, volume), precisam ouvir um texto escrito.
- Aprendizes cujo estilo predominante é o tátil-cinestésico aprendem fazendo, movendo-se, tocando. Precisam usar as mãos, precisam da prática, de atividades exploratórias. Podem se distrair ao se sentarem longe demais.
Os
estilos de aprendizagem se estabelecem baseados no cérebro e suas
conexões (características individuais), nas experiências e na
deficiência.
Sugestões
de Adaptações de Materiais e do Ambiente
O
recurso que mais auxilia o bebê ou a criança com baixa visão é a
AMPLIAÇÃO da imagem que chega à retina, pois assim, um maior
número de células retinianas fotorreceptoras será sensibilizado.
Porém,
existem também outros fatores ambientais que interferem na
resposta da criança:
- Iluminação
- Cor e contraste
- Distância
- Tempo
- Organização do espaço
ILUMINAÇÃO
A
hipersensibilidade à luz causa dor e desconforto. É preciso regular
a quantidade de luz nesses casos. Outras crianças precisam de mais
luz.
Importante
experimentar e observar a criança em várias situações.
- Controlar quantidade, tipo, direção, posição da luz
- Usar iluminação indireta
- Evitar luz direta no olho da criança
- Sentar a criança de costas para a janela
- Reduzir o brilho das superfícies
- Lâmpadas com reostato pode ajudar a controlar a quantidade de luz
- Luz natural deve ser usada sempre que possível
- Oferecer à criança oportunidade para que ela posicione a luz com independência
COR
E CONTRASTE
- Usar altos contrastes (preto e branco, azul escuro e amarelo, preto e laranja, preto e amarelo)
- Usar objetos com cores fortes nas atividades de vida diária
- Evitar superfícies com padrões confusos
- Forrar superfícies de mesas, carteiras, etc pode ajudar a aumentar o contraste entre figura e fundo
- Contornar atividades com canetas de cores fortes e traçado espesso
TAMANHO
E DISTÂNCIA
- Aproximar o estímulo – aumenta a imagem que a criança recebe
- Aumentar o tamanho do objeto (letras impressas, figuras, etc.) pode ajudar – avaliar cada caso.
- Posicionar a criança em local que propicie melhor eficiência visual
- RECURSOS ÓPTICOS auxiliam para aumentar a imagem, tais como:
-
Óculos para leitura
-
Lupas de mão e lupas de apoio
-
Telelupa
-
Lupa eletrônica
TEMPO
- A precisão e velocidade na performance em uma atividade diminui com a perda visual.
- Localizar, reconhecer e agir perante um objeto requer mais tempo.
- Para a criança com múltipla deficiência a atividade pode consumir ainda mais tempo!
- O ESFORÇO VISUAL GERA FADIGA E DIMINUI O TEMPO DE ATENÇÃO
- Aumentar o tempo de exposição do estímulo
- Diminuir o tempo de algumas atividades que exijam muita atenção e esforço visual.
ORGANIZAÇÃO
DO ESPAÇO
- Manter espaço limpo, sem aglomerado visual
- Usar fita adesiva para sinalizar degraus e pisos
- Reduzir artigos ao redor do objeto de atenção
- Utilizar folha com pautas ampliadas
- Orientar a criança para saltar uma linha
- Demarcar o espaço que ela deve usar
Bibliografia
- Ayres, A. Jean. (1998). La integración sensorial y el niño. México: Trillas.
- Bèziers, Marie-Madeleine; HUNSINGER, Yva. (1994). O bebê e a coordenação motora. 2a Edição. São Paulo: Summus.
- Brennan, V., Peck, F.; Lolli, D. Suggestions for modifying the home and school environment: a handbook for parents and teachers of children with dual sensory impairments. Watertown: Perkins School for the Blind.
- Bruno, M.M.G. (1993). O desenvolvimento integral do portador de deficiência visual: da intervenção precoce à integração escolar. São Paulo: Laramara.
- Cardoso, L. P.; Rago, A. L. P. (2007). Educação à vista. Baixa visão na escola. Guia de orientação. Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
- Dantas, A. M. & Moreira, A. T. R. (2006). Oftalmologia pediátrica. Rio de Janeiro: Cultura Médica.
- Haddad, M. A. O., Sampaio, M. W., Kara-José, N. (2001). Baixa visão na infância. Manual básico para oftalmologistas. São Paulo: Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.
- Koenig, a. J. & Holbrook, m. C. Learning media assessment of students with visual impairments. Texas: Texas School fot the Blind and Visually Impaired, s.d.
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- Rago, A.L.P. (2009). Adaptaciones y recursos opticos especiales. Submódulo do “Curso de Especialización para la Atención Temprana del Bebé y el Niño/a con Discapacidad Visual y Múltiple”, modalidade educação à distância. FOAL, Programa Internacional Hilton Perkins, ICEVI.
- Sampaio, M. W.; Haddad, M. A. O.; Kara-José, N. (2001). Auxílios para baixa visão. Volume I. São Paulo: Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.
- Veitzman, S. (2000). Visão Subnormal. Rio de Janeiro: Cultura Médica; São Paulo: CBO
- Wadsworth, Barry (1997). Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira.
1
Koenig & Holbrook, “Learning Media Assessment of Students with
Visual Impairments”. Texas School for the Blind and Visually
Impaired, 1995. Tradução do original (Form 2).
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