segunda-feira, 3 de junho de 2013

SEMINÁRIO NA FCEE - 17 E 18 DE MAIO DE 2013

MATERIAL DO SEMINÁRIO, ONDE A PROFª ADRIANA DA SILVA, DO SAEDE DA EEB PROFª IRENE STONOGA ESTEVE PARTICIPANDO.


SEMINÁRIO LAVELLE

PROJETO “ EDUCAÇÃO SEM LIMITES”

A CRIANÇA COM BAIXA VISÃO, ASSOCIADA OU NÃO A OUTRAS DEFICIÊNCIAS, EM SALA DE AULA REGULAR

Maio de 2013/ Florianópolis - SC

Ministrantes: Ana Lucia Pascali Rago, fisioterapeuta, especialista em psicopedagogia e coordenadora do Setor de Visão Subnormal da Santa Casa de S. Paulo e dos Projetos Lavelle Fund e Perkins Internacional.
Luciana P. Cardoso, fisioterapeuta do Setor de Visão Subnormal da Santa Casa de SP, especialista em educação de crianças com deficiência múltipla. Ambas são consultoras em baixa visão e deficiência múltipla pelo Programa Perkins Internacional e Lavelle Fund for the Blind.

CONTEÚDO DO SEMINÁRIO – material de apoio elaborado por Ana Lucia Pascali Rago.
Anatomia e fisiologia do sistema visual
A visão é uma função sensorial que depende da chegada da luz à retina através do bom funcionamento das diferentes estruturas oculares.
  • córnea e cristalino focalizam os raios incidentes sobre a retina
  • excitação dos fotorreceptores presentes na retina – cones e bastonetes - fenômenos fotoquímicos
Fig. 1 – corte transversal do olho

O olho é um dos principais órgãos do aparelho visual altamente especializado e fotossensível, que associado às vias ópticas e aos centros visuais compõem as estruturas sensoriais responsáveis pelo processamento dos estímulos visuais. Fenômenos elétricos percorrem o trato óptico e chegam ao córtex occipital.
Fig.2 – esquema do sistema visual

O comportamento visual de uma pessoa expressa habilidade visual global e resulta da interação de diferentes funções visuais:
ACUIDADE VISUAL: é uma medida de resolução visual, isto é, a capacidade de discriminar detalhes com alto contraste.
SENSIBILIDADE AO CONTRASTE: é a capacidade de detectar a diferença de brilho (luminância) entre duas superfícies adjacentes.
CAMPO VISUAL: é o espaço dentro do qual um objeto pode ser visto enquanto o olho está fixando um determinado ponto.
VISÃO DE CORES: refere-se à capacidade de perceber e distinguir diferentes sombreamentos.
ADAPTAÇÃO VISUAL: habilidade do sistema visual em adaptar-se a diferentes condições de iluminação.
VISÃO BINOCULAR: resulta da coordenação de imagens dos dois olhos, percebidas simultaneamente, resultando em noção de profundidade.
FUNÇÕES ÓCULO-MOTORAS: são responsáveis por controlar a posição e os movimentos dos olhos e do olhar.

Principais causas de baixa visão na criança
CATARATA CONGÊNITA: opacificação do cristalino, que impede a passagem de luz para dentro do olho.
GLAUCOMA CONGÊNITO: aumento da pressão intra-ocular que pode causar lesão em algumas estruturas dos olhos, como na córnea ou nervo óptico.
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE: surgimento de massa fibrosa na retina ainda em desenvolvimento do bebê prematuro. É causada por oxigênio em alta concentração que esses bebês recebem ao serem intubados nas UTIs neonatais. Pode variar do grau I ao V e pode levar ao descolamento da retina.
DOENÇAS INFECCIOSAS: doenças que podem ser transmitidas da mãe para o feto durante a gestação, tais como toxoplasmose, rubéola, sífilis, citomegalovírus, herpes genital. Quanto mais cedo (idade gestacional) ocorrer a contaminação maiores danos podem acometer o feto.
- Toxoplasmose Congênita: causa cicatriz na retina, especialmente na região da mácula.
- Rubéola Congênita: causa alteração na retina e pode causar também catarata congênita.
ALBINISMO: deficiência de pigmentação na retina que altera o seu funcionamento.
ATROFIA DE NERVO ÓPTICO: desenvolvimento incompleto do nervo óptico que causa alteração na condução das informações da retina para o córtex cerebral.
COLOBOMAS: malformações de estruturas oculares. Pode ocorrer, por exemplo, na retina, íris, nervo óptico.
DEFICIÊNCIA VISUAL CEREBRAL (DVC): causada por lesão no trato visual ou no córtex visual que pode ocorrer, por exemplo, em casos de hidrocefalia, traumas cranianos, malformações cerebrais.

Baixa Visão
A baixa visão corresponde a um comprometimento importante da função visual, porém não equivale à cegueira, termo que deveria ser empregado apenas em situação de ausência total de visão.
Na baixa visão há um resíduo visual e o objetivo dos profissionais que trabalham nessa área é determinar, junto com o paciente e sua família, qual o melhor procedimento a ser adotado de modo que a visão residual possa ser utilizada da melhor forma possível.
Definição de Baixa Visão
Uma pessoa com baixa visão é aquela que possui uma deficiência da função visual, mesmo após tratamento e/ou correção do erro refrativo e tem uma acuidade visual menor que 6/18 (0,3) ou 20/60, no melhor olho, até a percepção de luz; ou um campo visual inferior a 10 graus a partir do ponto de fixação, mas usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para planejamento e/ou execução de uma tarefa” (OMS, Bangkok – 1992).

Impacto da baixa visão no desenvolvimento global e aprendizagem
A visão é uma função aprendida, que se desenvolve rapidamente no primeiro ano de vida. Este desenvolvimento depende da combinação de dois fatores: maturação do sistema visual x experiências visuais
A VISÃO é um sentido TOTALIZADOR - tem superioridade sobre os outros sentidos porque é uma forma instantânea de ver o mundo, em segundos podemos absorver e apreender muitas informações.
O deficiente visual vai utilizar vias alternativas e vai, a partir de uma VISÃO ANALÍTICA, construir referências e chegar a um padrão completo para formar uma imagem mental. A exploração é mais lenta, pouco a pouco, visão parcelada. São necessárias funções superiores como ATENÇÃO e CONCENTRAÇÃO.
Desde muito cedo a aprendizagem se dá pela integração de informações de diferentes canais de percepção: visão, audição, cinestesia, tato, cheiro, desta forma a criança é capaz de elaborar um padrão completo.
A baixa visão pode afetar várias áreas do desenvolvimento da criança, tais como:
ASPECTO NEURO-MOTOR
  • atraso no DNPM - a visão é a principal fonte de estímulos e informações do ambiente em que vivemos. Ela estimula e governa movimentos e ações, estimulando o desenvolvimento.
  • alteração na motricidade fina - a visão rege a preensão e aumenta a atividade da mão
  • dificuldade na organização e orientação espacial - a criança explora o espaço visualmente e o experimenta com seu próprio corpo desenvolvendo o conceito de espaço e vivenciando diversas relações com esse espaço (dificuldades na orientação e mobilidade/ dificuldades pedagógicas)
  • prejuízo na organização e planejamento do ato motor
COMUNICAÇÃO
  • Atraso no desenvolvimento da fala e da comunicação – o desenvolvimento da linguagem depende, entre outras coisas, do desenvolvimento sensório-motor e da observação do modelo.
APRENDIZAGEM
  • dificuldade no processo de integração sensorial - o SNC integra todas as informações sensoriais. A alteração em um ou mais dos canais de entrada sensorial pode desorganizar esse processo.
  • a construção do conhecimento depende da integração das ações sensório-motoras, que, coordenadas, ativam, organizam e estruturam o sistema nervoso.
ASPECTO EMOCIONAL
  • dificuldade na relação mãe-bebê - a mãe, muitas vezes, não percebe as respostas da criança frente às suas tentativas de comunicação, de brincar, de relacionar-se e torna-se desmotivada. A criança passa a ser menos estimulada e sente-se também desmotivada ao não ter suas tentativas de resposta compreendidas pelo outro.
  • insegurança e passividade - a visão permite à criança a antecipação dos acontecimentos.
  • desestruturação na dinâmica e relação familiar.
ASPECTO SOCIAL
  • maneirismos - podem aparecer quando a criança não aprendeu outras funções e então, ocupam-se dessa forma. Muitas vezes sinalizam uma necessidade da criança.
  • insegurança e passividade
  • limitação na percepção das ações e acontecimentos.
Avaliação Funcional da Visão
A avaliação funcional é de fundamental importância por conter dados de observação do desempenho visual da criança em termos práticos e qualitativos, além disso, informa o nível de desenvolvimento global e principalmente como a criança utiliza a visão residual para interação com as pessoas e com o mundo que a cerca.
No momento da observação é importante lembrar que existem diversos fatores que interferem na resposta visual:
  • Se o objeto é familiar ou estranho
  • Distância entre o observador e o objeto
  • Tamanho do objeto
  • Detalhes ou simplicidade do objeto
  • Cores
  • Contraste
  • Iluminação
  • Se o objeto está parado ou em movimento
  • Posição do objeto
  • Tempo disponível para olhar o objeto
  • Capacidade de comunicação entre o examinador e a criança
  • Estado de alerta
  • Posicionamento da criança
Em muitos casos, às vezes, a avaliação funcional é a única avaliação possível da visão. Em crianças com múltipla deficiência, muitas vezes é difícil compreender e isolar a contribuição de cada deficiência no desenvolvimento e aprendizagem.
Avaliação dos canais sensoriais
O papel do cérebro é receber as informações provenientes do meio ambiente, interpretar essas informações e decidir como responder a elas. Tais informações chegam ao cérebro através dos canais sensoriais: audição, olfato, gosto, visão e tato. Sendo assim, é papel do cérebro integrar e processar os diferentes estímulos recebidos. Estimulação e conexão entre os sentidos são a chave para o desenvolvimento cognitivo.
No bebê os neurônios começam a se conectar entre si através dos diferentes estímulos sensoriais enviados ao cérebro por meio das experiências e aprendizagem. Os neurônios devem trabalhar juntos, em rede, e a maioria das redes neuronais se forma apenas por meio da estimulação no ambiente. Experiências que se repetem ajudam a construir fortes rotas por onde a informação caminhará. Para as crianças com deficiência visual e múltipla, a Intervenção Precoce tem papel fundamental em prover muitas experiências multisenssoriais, que propiciam à criança oportunidades de usar a visão, audição, tato e outros canais sensoriais para obter informação do ambiente.
Avaliar como a criança utiliza os diferentes canais sensoriais (principalmente tato, visão e audição) é a informação mais fundamental para desenvolver um apropriado plano de educação. Baseadas nestas informações recomendações podem ser feitas a respeito do meio, recursos e estratégias para aprendizagem, podendo-se, assim, assegurar que as atividades sejam oferecidas através do canal sensorial que foi determinado como o mais eficiente para a aprendizagem.
A seguir será apresentada a ficha de avaliação dos canais sensoriais do Learning Media Assessment. Para que possamos colher informações consistentes é sugerido que os profissionais realizem no mínimo três encontros com a criança, em diferentes ambientes, que incluam atividades estruturadas e não estruturadas, ambiente familiar e não familiar e ambiente interno e externo.
USO DOS CANAIS SENSORIAIS1
Aluno___________________________________________________
Ambiente/Atividade________________________________________
Data_________________ Avaliador___________________________

Atividade Observada Canais Sensoriais
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A
___________________________________ V T A

Provável canal primário:_________________________________
Provável canal secundário:_______________________________
Ao utilizarmos a ficha deveremos marcar o canal predominante com um quadrado e o canal secundário com um círculo em cada comportamento observado dentro de uma atividade. Ao final poderemos determinar o canal sensorial primário e secundário utilizado pela criança para a aprendizagem. Com base nesses resultados faremos as recomendações de qual o meio, recursos e estratégias são mais apropriados para o processo de ensino-aprendizagem para a criança avaliada.
Através dessa avaliação poderemos determinar o estilo de aprendizagem de cada criança:
  • Aprendizes cujo estilo predominante é o visual aprendem principalmente através do ver. Precisam ver e observar a linguagem corporal e expressões faciais, gostam de sentar perto, pensam em figuras, aprendem melhor a partir de apresentações visuais, gostam de tomar notas.
  • Aprendizes cujo estilo predominante é o auditivo aprendem principalmente através do ouvir, aprendem melhor através de discussões, ouvindo outras pessoas, ouvindo palestras, interpretam o significado através da linguagem (tom de voz, velocidade, volume), precisam ouvir um texto escrito.
  • Aprendizes cujo estilo predominante é o tátil-cinestésico aprendem fazendo, movendo-se, tocando. Precisam usar as mãos, precisam da prática, de atividades exploratórias. Podem se distrair ao se sentarem longe demais.
Os estilos de aprendizagem se estabelecem baseados no cérebro e suas conexões (características individuais), nas experiências e na deficiência.


Sugestões de Adaptações de Materiais e do Ambiente
O recurso que mais auxilia o bebê ou a criança com baixa visão é a AMPLIAÇÃO da imagem que chega à retina, pois assim, um maior número de células retinianas fotorreceptoras será sensibilizado.
Porém, existem também outros fatores ambientais que interferem na resposta da criança:
  • Iluminação
  • Cor e contraste
  • Distância
  • Tempo
  • Organização do espaço
ILUMINAÇÃO
A hipersensibilidade à luz causa dor e desconforto. É preciso regular a quantidade de luz nesses casos. Outras crianças precisam de mais luz.
Importante experimentar e observar a criança em várias situações.
  • Controlar quantidade, tipo, direção, posição da luz
  • Usar iluminação indireta
  • Evitar luz direta no olho da criança
  • Sentar a criança de costas para a janela
  • Reduzir o brilho das superfícies
  • Lâmpadas com reostato pode ajudar a controlar a quantidade de luz
  • Luz natural deve ser usada sempre que possível
  • Oferecer à criança oportunidade para que ela posicione a luz com independência
COR E CONTRASTE
  • Usar altos contrastes (preto e branco, azul escuro e amarelo, preto e laranja, preto e amarelo)
  • Usar objetos com cores fortes nas atividades de vida diária
  • Evitar superfícies com padrões confusos
  • Forrar superfícies de mesas, carteiras, etc pode ajudar a aumentar o contraste entre figura e fundo
  • Contornar atividades com canetas de cores fortes e traçado espesso
TAMANHO E DISTÂNCIA
  • Aproximar o estímulo – aumenta a imagem que a criança recebe
  • Aumentar o tamanho do objeto (letras impressas, figuras, etc.) pode ajudar – avaliar cada caso.
  • Posicionar a criança em local que propicie melhor eficiência visual
  • RECURSOS ÓPTICOS auxiliam para aumentar a imagem, tais como:
- Óculos para leitura
- Lupas de mão e lupas de apoio
- Telelupa
- Lupa eletrônica
TEMPO
  • A precisão e velocidade na performance em uma atividade diminui com a perda visual.
  • Localizar, reconhecer e agir perante um objeto requer mais tempo.
  • Para a criança com múltipla deficiência a atividade pode consumir ainda mais tempo!
  • O ESFORÇO VISUAL GERA FADIGA E DIMINUI O TEMPO DE ATENÇÃO
  • Aumentar o tempo de exposição do estímulo
  • Diminuir o tempo de algumas atividades que exijam muita atenção e esforço visual.
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
  • Manter espaço limpo, sem aglomerado visual
  • Usar fita adesiva para sinalizar degraus e pisos
  • Reduzir artigos ao redor do objeto de atenção
  • Utilizar folha com pautas ampliadas
  • Orientar a criança para saltar uma linha
  • Demarcar o espaço que ela deve usar

Bibliografia
  • Ayres, A. Jean. (1998). La integración sensorial y el niño. México: Trillas.
  • Bèziers, Marie-Madeleine; HUNSINGER, Yva. (1994). O bebê e a coordenação motora. 2a Edição. São Paulo: Summus.
  • Brennan, V., Peck, F.; Lolli, D. Suggestions for modifying the home and school environment: a handbook for parents and teachers of children with dual sensory impairments. Watertown: Perkins School for the Blind.
  • Bruno, M.M.G. (1993). O desenvolvimento integral do portador de deficiência visual: da intervenção precoce à integração escolar. São Paulo: Laramara.
  • Cardoso, L. P.; Rago, A. L. P. (2007). Educação à vista. Baixa visão na escola. Guia de orientação. Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
  • Dantas, A. M. & Moreira, A. T. R. (2006). Oftalmologia pediátrica. Rio de Janeiro: Cultura Médica.
  • Haddad, M. A. O., Sampaio, M. W., Kara-José, N. (2001). Baixa visão na infância. Manual básico para oftalmologistas. São Paulo: Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual. 
  • Koenig, a. J. & Holbrook, m. C. Learning media assessment of students with visual impairments. Texas: Texas School fot the Blind and Visually Impaired, s.d.
  • López, J. M. V. et al. (1994). Apuntes sobre Rehabilitación Visual. Madrid: Organización Nacional de Ciegos Españoles, Centro de Rehabilitación Básica y Visual. http://foal.once.org/FOAL/pt/Biblioteca/
  • Rago, A.L.P. (2009). Adaptaciones y recursos opticos especiales. Submódulo do “Curso de Especialización para la Atención Temprana del Bebé y el Niño/a con Discapacidad Visual y Múltiple”, modalidade educação à distância. FOAL, Programa Internacional Hilton Perkins, ICEVI.
  • Sampaio, M. W.; Haddad, M. A. O.; Kara-José, N. (2001). Auxílios para baixa visão. Volume I. São Paulo: Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.
  • Veitzman, S. (2000). Visão Subnormal. Rio de Janeiro: Cultura Médica; São Paulo: CBO
  • Wadsworth, Barry (1997). Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira.
1 Koenig & Holbrook, “Learning Media Assessment of Students with Visual Impairments”. Texas School for the Blind and Visually Impaired, 1995. Tradução do original (Form 2).

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